sexta-feira, 30 de maio de 2008

Capitulo 2

O homem sujinho da camisa do fuminense saiu andando, e Joaquina foi atrás. Depois de uns cinco minutos em silêncio para se dar conta do que estava fazendo, ela achou melhor começar a fazer algumas perguntas. Vai que ela estava seguindo um psicopata? Achou melhor começar do mais simples - perguntar o nome dele. E a resposta foi das mais inesperadas:
- FERRAÇO
- Anh? Isso é nome? Só se for de companhia siderúrgica.
- Nem me conhece, te dou uma chance, e você me enche o saco. Mulher é uma merda. Você não viu a novela?
- Vi, mas esse nome não existia antes. Aliás, nem existe porque até na novela o nome era falso! Vai dizer que o nome da tua irmã é MARIA PAULA?
- Putz, como você sabe? Minha mãe adorava a novela, todos os nomes dos meus irmãos são da novela, somos quadrigêmeos, sabe? Meus outros irmãos são o Juvenal e a Branca.
- Mas a novela acabou de passar!!!
- E daí? Se você não é esperta para entender, então precisa ler algo além de Caras.
- E como vc sabe que eu leio Caras???
- Tá na tua cara heuaheuaheu! Gostou? Cara - caras - entendeu? Muito boa né não?? hehe
Joaquina ficou intrigada! Ele sabia mais sobre ela do que qualquer vidente! Precisava saber mais.
- Para onde vamos?
- Agora? Já estamos chegando.
Eles andaram mais uns 500m e entraram em um prédio tão sujo quanto o Ferraço. Subiram alguns lances de escada, e entraram em um quartinho. Era um lugarzinho bem normal. Uma cama, um armário, uma mesa com uma caixa de pizza meio comida. Em cima da cama, uma mala e uma GAIOLA com um TEXUGO.
- Opa! beleza, ta tudo pronto. Leva o bicho que eu levo a mala.
- Anh? Para que isso? É... anh. Estou confusa. Que eu faço com um texugo???
- Ah, ta achando que vai FANTOCHAR o bicho? Você ta maluca? Isso aqui é coisa séria. Fica quieta, sem perguntas, cata o bicho e vamos. Estamos atrasados. O carro já chegou.
Vocês devem estar pensando como depois dessa Joaquina ainda tinha coragem de seguir aquele cara. Mas a verdade é que ela realmente estava acreditando que aquilo tudo era predestinado. E além do mais, ela não tinha nada a perder.
Desceram as escadas correndo e havia um furgão preto esperando. Ao abrir a porta, alguns homens musculosos e tatuados de camisa justinha imediatamente olharam para ela e começaram a dizer "Ie! Ie!". Olhou um tanto deseperada para o Ferraço.
- Eles estão te cumprimentando. Responde!
Ela sorriu desajeitadamente para os musculosos.
E eles repetiram: "Ie!Ie!"
- Eles não falam outra coisa? - ela perguntou para o Ferraço.
- Ué, o que mais eles iam falar? Eles são os "GUARDAS DO IE-IE-IE"!
- Anh??? - agora ela estava se assustando de verdade.
- Vai dizer que não conhece? É uma banda mega famosa no cenário underground!
Ela estava confusa mesmo. E ele achando que ia melhorar:
- Eles cantam músicas famosas só fazendo ie-ie-ie...ah, esquece. Entra aí que eu vou lá na frente.
Ela não gostou da idéia, mas se sentou lá. Foi difícil se ajeitar lá com a gaiola. E mais difícil ainda foi aturar uma eternidade de viagem com altas conversas na base de uma palavra só (ie). Mas a tortura finalmente acabou, e ao sair ela descobriu que estava no aeroporto internacional. O Ferraço veio abrir a porta, e a levou até o balcão de uma companhia aérea.
- Chegamos na fila. Ta aqui a mala, o texugo e... toma a passagem. Faz o check-in, faz sua viagem tranquila e não larga esse texugo de jeito nenhum. Entendeu?
- Não...
-Ótimo. Agora to indo. Quando chegar lá, fique na saída esperando, que a GÓTICA vai vir te buscar.
- Mas...
- Não larga do texugo
- É que ...
- Nem pense. Gruda no texugo.
- E...
- Bom, to indo. Boa viagem.
Ela tentou fazer mais algumas perguntas, mas ele saiu correndo. Ela não sabia nem o que pensar. Só sabia que ia levar essa história toda até o final.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Capitulo 1

Joaquina era uma menina crédula. Todos os dias ela lia seu horóscopo no jornal e na internet. Já tinha consultado o tarô cigano, borra do café, runas, leitura de mão e outras coisas que nem é bom ficar falando por aí. Embora nem ela soubesse, isso acontecia porque ela achava que tinha uma vida normal demais. O que a levava adiante era a esperança de que algo de grande ainda aconteceria. Ela ainda ganharia na mega sena com o numero do biscoito do sorte. Ela ainda esbarraria na rua com o seu amor de cinema. Ela ainda ia ser miss universo, mesmo estando meio passada. Era só esperar. Todas as videntes haviam confirmado. E ela ainda havia lido O Segredo: o Universo conspirava, ela seria grande. Grande, mas não gorda, porque Mãe Soraia havia jurado que ela estava gostosa no seu Valentino no dia em que ela casaria com o Brad Pitt. E assim ela esperava sinais por toda a parte. Tudo queria dizer alguma coisa.
Secretária de um escritório qualquer, responsável pela representação de algum produto desnecessário, não fazia quase nada quase o tempo todo. Nem assediada pelo chefe ela era. Ficava então lendo Caras para passar o tempo.
Mas um dia, ao ler uma edição especialmente chata, ela caiu no sono. Dormiu, e sonhou com um SACO DE DORITOS. Mas ao abrir o saco, não era só salgadinho de milho que tinha lá dentro. Tinha um anel, e dentro do anel, uma folha de papel rosa enrolado. E ao desenrolar, ela viu o endereço e o telefone do Brad. Ele estava cansado da Angelina, e tinha aceitado participar de uma promoção da Elma Chips. Apenas um anel seria posto em um pacote de doritos, que era o preferido dele. A primeira mulher que o ligasse e dissesse a frase secreta escrita no papel seria sua noiva... Ela leu a frase, e ficou tão empolgada no sonho que acordou gritando: "Little purple elephant eats striped beans and watermelon!"
Ainda na empolgação do sonho, se despencou escada abaixo e foi no boteco da esquina comprar doritos. Lá mesmo abriu o pacote e voou doritos por todo bar. Mas não tinha nenhum anel dentro. Desesperada, se jogou ao chão e começou a chorar. E chorou, e chorou, chorou até sentir um CHULÉ tão insuportável que teve que levantar a cabeça para ver o que era. Levantou e viu um homem pequenino e sujo, vestindo uma camisa furada do FLUMINENSE e com uma mochila gigantesca. Ele olhou de volta e perguntou: "Tudo bem?" E ela obviamente disse que não, recebendo a mais inesperada das respostas: "Vem comigo!"
E ela não pensou duas vezes. Ela era fluminense doente e só a força do universo podia produzir aquele chulé tão potente, para tirá-la de sua perdição! Eram sinais. E ela iria seguí-los!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Que comece a novela!

O transito me da dor de cabeça, as pessoas me irritam, o que nao posso resolver me deixa louca e o que ja resolvi me deixa entediada. Enquanto isso, tive uma idéia. Deixem uma palavra qualquer nos meus comentários. Vou começar a escrever uma novela e cada capitulo vai ter que incluir todas as palavras (até um máximo de cinco) sugeridas nos comentarios da postagem anterior. Estou no aguardo...